A HISTÓRIA DO MARTÍRIO

Funeral dos MártiresFoi no dia 22 de Março de 1992 que foram mortos. Decorriam os últimos meses de uma guerra fratricida que devastava Moçambique.

Esboçavam-se os primeiros sinais da vontade de reconciliação nacional.O país tentava emergir de um longo período de conflito, de trevas e provações.

Confiante de que as conversações em curso em Roma para alcançar a paz iriam pôr fim à guerra, a diocese de Inhambane decidiu reabrir o Centro Catequético do Guiúa para a formação de famílias de catequistas.

Três dezenas de pessoas escolhidas em diferentes missões acabavam de chegar, quando na madrugada de 22 de Março de 1992 um grupo de homens armados atacou o Centro Catequético e raptou a maior parte das famílias. Em marcha, carregando os bens saqueados pelos atacantes, foram conduzidos à força para a base de onde vinham os invasores. Pelo caminho, um grupo de 23 catequistas e familiares foram brutalmente chacinados à baioneta. Testemunharam a sua fé com o sangue. Os seus corpos foram transportados e sepultados no Centro Catequético, no local onde está actualmente o Santuário diocesano de Inhambane.


A morte destes homens e mulheres dá-se no preciso dia em que iniciavam um caminho de fé comprometida. É assim que serão lembrados para sempre. O cemitério onde estão sepultados é um lugar de romagem de centenas de cristãos ao longo do ano.


Os católicos têm grande veneração por estes seus irmãos e os consideram “mártires”. Ainda não são reconhecidos pela Igreja como santos nem como beatos. A Diocese de Inhambane está a organizar-se para alcançar este objectivo.