Verónica Sambula nasceu em Mavume, Massinga, em 1960
Nasceu no seio de uma família numerosa e pobre, de quem recebeu uma educação baseada nos princípios da moral tradicional. As dificuldades económicas da família levaram-na a procurar trabalho na Maxixe, aos 13 anos. Aí conheceu Paulo Saieta Kuniane. De acordo com as leis tradicionais do povo Mutshwa foi lobulada nesse ano de 1973, passando a residir na casa dos sogros, em Murure, paróquia de São José de Mapinhane, no distrito de Vilanculos. A partir de então, frequentou o catecumenado e foi baptizada aos 18 anos, no dia 28 de Novembro de 1978, e, no mesmo dia, contraiu matrimónio religioso. O casal teve cinco filhos.Não obstante o contexto de guerra, as comunidades da missão de São José de Mapinhane desenvolviam-se e a Igreja ia-se afirmando. Verónica foi eleita anciã da comunidade, juntamente com o seu marido Paulo. Em 1987, por causa da guerra, refugiou-se em Murure e aí foi escolhida para fazer parte do conselho de zona pastoral e responsável dos jovens, actividade para a qual Verónica tinha especial carisma. Quando havia ataques em tempo de guerra, punha-se corajosamente ao caminho, até mesmo durante a noite, para avisar os cristãos do perigo que corriam. Na Igreja e nos trabalhos da comunidade foi sempre muito activa, sobressaindo pelo seu zelo apostólico e a sua participação nas celebrações litúrgicas. Foram muitas as pessoas por ela preparadas para o baptismo, crisma e matrimónio.
Na noite do massacre, foi raptada e forçada, juntamente com o seu marido e filhos, a caminhar até ao local do martírio. Verónica foi assassinada a golpes de baioneta no dia 22 de Março de 1992.